"Afastar muitos para longe do rebanho, foi para isso que eu vim!" Nietzsche

sexta-feira, 28 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Os Nojistas é um texto que tinha escrito há algum tempo, mas depois da entrevista do PM. Tinha que o publicar outra vez...




"Os Nojistas"

Após observar uma latrina conspurcada, cheguei a casa e sentei-me à secretária vergado pela vontade… tempo, tempo, tempo... parece-me faltar, ou talvez não o esteja a aproveitar… os dias passam e o descontentamento é crescente, bem como o pensamento que me martela na mente… mudança, mudança, mudança… martela a marreta da consciência. Como pode ser dolorosa a consciência, a crítica, a reflexão… dia após dia a injustiça desavergonhada, fraude clamorosa, embuste surreal, mentira descarada… “o futuro está a saque!” sussurro eu.



Enquanto uns vivem agarrados ao passado e outros tentam sobreviver no presente, existe uma espécie que saqueia o futuro. Eles não descendem directamente do Ser Humano, mas sim do bolor que floresce nos dejectos excrementosos. Eles auto intitulam-se Dirigentes, outros Lideres ou ainda Governantes. Penso que algo que se desenvolve e cresce dos dejectos excrementosos, se devia chamar Nojio. Nos tempos que correm penso mesmo que não vivemos no democratismo… pois ao inalar o seu cheiro pútrido digo alto e em bom som “vivemos no Nojismo!”



Corrente política criada pelos Nojistas, que para além de viver à conta da propaganda, da imagem, do faz que não faz e do não faz que faz. Vive ainda do sentimento fácil e da mentira de perna curta, do trabalho de muitos em prol de alguns…



A falta de vergonha para os Nojistas é como o papel higiénico, pode sempre comprar-se mais!



Como as fezes contaminam a água imaculada dos sanitários, também os Nojistas nos contaminam com as suas dissimulações, as suas falsidades e os seus discursos diarreicos, ricos em peçonha e pobres em integridade…



Pão e circo como na Antiga Roma. Com pão e com circo, nem o fedor quente e húmido da matéria corpórea que os Nojistas expelem pela boca, vinda dos seus estômagos grandes e fartos, incomodam aqueles que dizem baixinho “não sei, nem quero saber”, “não é nada comigo”, “são todos iguais, pelo menos estes roubam, mas fizeram alguma coisa.”



Ataviados eles andam, bem montados em seus cavalos. Nação abaixo, nação acima pelas auto-estradas vai-se mais rápido, mas pouco ou ninguém se vê! Por essas belas estradas, muito se contempla e o aroma é bem mais fresco e sadio. Mas quem da trampa nasce, na trampa quer estar. Nem que para isso o trabalhador e o justo, tenham que lesar… palavras sábias as de um Velho Ancião lá para os lados do Marão.



Conta-se que os Nojistas são bom adubo para a terra… é verdade sim senhor. Desde então a terra tem sido rica em desigualdades, pobreza, miséria, injustiça, fome… diz o Velho Ancião lá para os lados do Marão que os Nojistas deitados à terra, ficam com as raízes mais profundas que um tumor. Estes sugam a esperança, a determinação, a alegria, os sonhos e em último estádio a vontade de lutar…



Só parece existir uma solução! É ter o olfacto bem apurado e o ouvido bem aguçado. E quando sentirem o odor fétido e repugnante dos Nojistas excrementosos, bem como o seu falar borbulhante e gargarejante, desconfiem!



Se te dizem “vamos dar mais”, cuidado que te vão tirar!Se te dizem “vamos tirar”, cuidado que te vão tirar o dobro do que te disseram!Se te dizem “queremos a mudança”, cuidado que vem ai mais do mesmo!Se te dizem “contamos contigo”, cuidado que vais ser esquecido!Se te dizem “a crise acabou”, cuidado que ela vai começar!



Aqui quem muda é a merda, porque as moscas são sempre as mesmas…



Se os Nojistas queremos fazer desaparecer, só há uma maneira de o fazer.Pega numa pá bem grande e aos escaravelhos dá-los de comer!



Assim falou o Velho Ancião lá para os lados do Marão…

domingo, 9 de maio de 2010

Quase que me esquecia...

Fez ontem 65 anos da derrota final da besta nazi... que dia maravilhoso!
Foi no dia 08 de maio de 1945 que o Marechal Keitel assinou a rendição incondicional da Alemanha Nazi, em Berlim, já ocupada pelo Exército Vermelho...

Desculpem-me, mas o BENFAS é GRANDE...

Parte 2 - Viagem à África mãe, mãe África (Maputo, Moçambique)...


Depois de se fazer uma viagem de avião que atravessa em cerca de 10 horas o continente africano de norte para sul, eis que chegamos a Maputo, capital de Moçambique. Chegados ao aeroporto e sentimo-nos abraçados por África. Digo isto,porque dias antes da viagem, metemos conversa com uma senhora que estava parada no trânsito ainda em Portugal e que tinha um autocolante no vidro de trás que dizia Suazilândia, que é um pequeno país que faz fronteira com África.
Fizemos sinal para baixar o vidro do carro e começamos a falar com a senhora que tinha um olhar desconfiado:
- Boa tarde, reparámos no autocolante que tem no carro. Por acaso é da Suazilândia?
- Não, sou de Moçambique.
- Ai que bom. É que nós vamos a Moçambique!
- Vão adorar. Respondeu a senhora com um enorme sorriso nos lábios.
- Eu vivi lá 30 anos . Quando chegarem ao aeroporto e sair da porta do avião, vão sentir-se abraçado por África.
Entretanto o semáfero vermelho passou para verde, os automobilistas que estavam a trás de nós começaram a buzinar, porque estavam com pressa e nós arrancamos despedindo-nos daquela simpática senhora com um acenar de mãos, que foi retribuído por ela.
E não é que a senhora que conhecemos no meio do trânsito parada num semáfero vermelho, tinha mesmo razão.
Na imagem vê-se a Catedral construída em 1944 e à direita o conselho Municipal, que ficam na Praça da Independência.
Quando íamos a entrar para a Catedral pela porta principal, esta estava fechada. Logo apareceu um jovem que trazia pinturas enroladas nas mãos, que nos indicou que era a porta lateral direita que estava aberta. Depois disse as seguintes palavras:
- Vão ver a igreja, que quando saírem vão conhecer o meu talento!
O nome deste jovem é Santos , mas vou falar novamente dele lá mais prá frente.
Entramos na Catedral e estava a ser embelezada, pois no dia seguinte ia decorrer um casamento. Quando saímos, fomos a bordados pelo jovem Santos, que nos mostrou o seu talento. Nós gostamos, mas afirmámos que não íamos levar nada. É claro que o jovem Santos ficou um bocado desiludido e perguntou-nos se amanhã estaríamos em Maputo. Dissemos que íamos à África do Sul, depois para a ilha de Inhaca e que regressaríamos 6a feira a Maputo. Ele acenou com a cabeça e despedimo-nos.
A caminho da fortaleza, não devíamos ter andado mais do que 200 a 250 metros do hotel e fomos abordados por um policia. A policia lá não anda com pistolas à cintura, mas sim com a famosa metralhadora russa de nome  Kalashnikov.
- Boa tarde! A vossa identificação?
- Tem aqui os passaportes...
- Portugueses! Vocês lá em Portugal não têm um papel de identificação, como é que se chama?
- Bilhete de identidade...
- Isso, bilhete de identidade. Têm com vocês o bilhete de identidade?
- Não, só temos o passaporte...
- Ai sim. Mas precisam de andar com o passaporte e o bilhete de identidade.
- Mas o bilhete de identidade não é preciso, mas se assim é vamos ao hotel buscar...
Depois de um breve momento de silêncio, eis que ele disse - mas há outro processo!
Nós nem queríamos acreditar no que estávamos a ouvir "há outro processo". Rapidamente dissemos que o hotel ficava a 200 metros e que então íamos buscar os bilhetes de identidade.
O policia lá viu que não ia haver"outro processo", entregou-nos os passaportes e disse - vão lá vá.
E lá continuámos o nosso caminho em direcção à fortaleza.

Perto do Shopping de Maputo fomos abordados por outro jovem de nome curioso. Dizia chamar-se Jorge Sampaio. Achamos muita piada, perguntamos-lhe várias vezes o nome e ele respondeu sempre Jorge Sampaio.
O Jorge também andava a vender arte, neste caso umas máscaras feitas em madeira. Queria 20 dólares, mas rapidamente desceu para 10 dólares. Nós dissemos que realmente eram engraçadas, mas que não iríamos levar. E partimos à descoberta de Maputo. O Jorge seguiu-nos e perguntou-nos aonde queríamos ir, pois ele conhecia bem Maputo. Nós dissemos que não era necessário, mas ele aos poucos foi-nos cativando...
E assim  andamos por Maputo com um guia pessoal. Levou-nos a ver a casa de ferro e a estação de ferro, ambas obras realizadas pelo famoso arquitecto francês Gustave Eiffel.
Casa totalmente feita em ferro em 1892, que seria para o governador de Moçambique a habitar. Na altura da independência de Moçambique a casa era para ser a morada oficial de Samora Machel. Mas o Gustave Eiffel não teve em conta o clima africano, pois uma casa feita em ferro e o calor que se faz sentir em África, tornaram a casa impossível de ser habitada. Agora é uma espécie de museu, pois com o ar condicionado a tarefa torna-se mais fácil...

Estação ferroviária de Maputo, construída também pelo Gustave Eiffel  entre 1913 - 1916.

É no interior da estação que se pode ver a vida desta...

O trânsito em Maputo embora confuso e as ruas praticamente sem semáferos o tráfego vai seguindo com alguma fluidez. Curioso é ver as velhinhas e degradadas, mas sempre prontas e robustas Toyotas hiaces a fazerem de transporte público. É normalíssimo ver uma carrinha destas a levar cerca de 12 pessoas, animais, sacos de ração e colchões...

Em Moçambique o Toyota é rei. Marcas como a Mazda e Kia também se vão vendo. Mas o Toyota, principalmente a Hiace e os 4x4 são os senhores das estradas. É impressionante como é que alguns praticamente desfeitos, ainda conseguem andar pelas ruas. Eu quando comprar um carro novo, quero um Toyota. Pois como dizia o anuncio, "o Toyota veio para ficar".
Agora percebe-se porque é que se prefere Toyota principalmente se forem 4x4. A malta ainda se queixa das estradas em Portugal...

E lá fomos nós continuando a nossa visita pelas ruas de Maputo, sempre acompanhadas pelo nosso "guia" Jorge Sampaio. A partir do momento que andávamos com ele, os vendedores raramente se aproximavam de nós. Uma constante de África são os aromas e principalmente as cores...




Nas Ruas de Maputo tudo se vende, tudo se compra para se conseguir (sobre)viver...


Havia ruas em que se vendia sapatos, ténis, roupas, brinquedos.... Praticamente era tudo usado. De vez em quando lá havia artigos novos. Segundo o Jorge, alguns países enviam esses artigos para Moçambique e cerca de metade do que se envia, o governo moçambicano distribui. pela população. A outra metade vende aos armazenistas, que por sua vez vendem sacos com cerca de 50 quilos ou de roupa, calçado ou brinquedos, que as pessoas compram e se põem a vender pelas ruas de Maputo...


Estava a ser muito interessante conhecer a vida das ruas de Maputo, principalmente porque o nosso "guia" Jorge nos levava a sítios que se calhar nós não nos aventuraríamos. Estava a ser uma experiência  muito enriquecedora. Neste momento estávamos numa artéria principal da Maputo a Avenida da Guerra Popular, quando de repente um senhor já mais velho e com ar de quem estava alcoolizado passa e se encosta a nós. Mas o Jorge Sampaio, vira-se para trás e começa a gritar e a gesticular vivamente e a dizer - larga isso, o que é que estás a fazer. 
Nós ficamos um bocado sobressaltados. O Jorge pediu-nos que a partir de agora andássemos sempre à frente dele -  se vocês andam atrás de mim eu não vos consigo ver, nem proteger. Eu reparei que aquele que passou por nós tinha feito sinal a outro que vinha a trás e eles iam -vos roubar. 
Ficámos um bocado receosos e o coração batia forte. No meio daquela agitação ficámos contentes por termos o Jorge Sampaio como guia e como guarda-costas. Afinal aquele jovem que nos tinha abordado a umas horas atrás era para nós a partir daquele momento o nosso anjo da guarda. Obrigado Jorge...
Depois deste incidente ainda fomos ver o museu de arte de Maputo, mas não nos era permitido tirar fotografias. Foi curioso e gratificante ver o Jorge Sampaio muito interessado a absorver toda aquela arte, ou não fosse ele um artista. Ainda bem que lhe pudemos oferecer esta oportunidade  de conhecer o museu de arte. Ao lado deste existe a ASSEMA (associação de escultores de arte makonde). É um espaço onde os artistas podem exercer a sua arte e podem lá pernoitar.

A seguir voltámos para o hotel pois estávamos cansados. Tínhamos feito 10 horas de viagem de avião durante toda a noite e depois de passar um dia inteiro a passear por Maputo o cansaço era visível. Quando chegámos ao hotel convidámos o Jorge para beber qualquer coisa. No início disse que não, mas lá acabou por ceder. Pedi uma cerveja e ele beber uma fanta. Durante a conversa contou-nos que tinha 26 anos, que tinha trabalhado como electricista numa oficina de automóveis, mas que pagavam muito mal e por isso como tinha jeito para trabalhar com a madeira, passou a fazer os seus trabalhos e a vende-los na rua, passando a ser o seu próprio patrão. 
Era pai de 3 filhos, sendo a mais velha boa aluna. Pois tinha tirado 20 valores a matemática e a português.
- Nós lá em casa falamos sempre em português, não falamos o dialéctico. Assim quando os meus filhos vão para a escola percebem melhor aquilo que a professora diz, porque na escola só se fala em português.
Nós secretamente já tínhamos combinado que íamos dar dinheiro ao Jorge. Então entre a bebida fresca e a conversa, demos-lhe 20 dólares, ou seja, o que ele nos tinha pedido pelas máscaras, mas assim ficou com o dinheiro e com as máscaras. Ele olhou para o dinheiro e com um ar bué agradecido disse.
- Muito obrigado, eu com estes 20 dólares vou comprar um saco de arroz de 50 quilos  e com ele consigo alimentar a minha família (5 pessoas) durante 2 meses...
É nestas alturas que um gajo se sente pequenino e sente que levou um enorme murro no estômago. Realmente estávamos perante um verdadeiro anjo. Antes de nos despedirmos oferecemos-lhe amostras de perfumes, que ele adorou.
Se algum dia forem a Maputo passem pelo shopping de Maputo é onde o Jorge Sampaio costuma estar a vender a sua arte...


O nosso primeiro dia em África tinha sido espectacular. Repleto de histórias , de imagens, e de pessoas. Umas boas outras menos boas, mas que nos permitiram conhecer um bocado melhor a realidade desta cidade, a realidade deste país...


Mesmo com a nebulosidade no céu,  ainda deu para assistir ao pôr do sol na África mãe,  mãe África...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Parte 1 - Preparação para ir à mãe África, África mãe...

Para além de se ter que tratar do visto para irmos a Moçambique e ao Kruger Park na África do Sul, mais a consulta do viajante, cumprir as vacinas necessárias e iniciar a toma do medicamento antimalárico Malarone. Tem que se proceder a uma escolha adequada do vestuário. Preferencialmente cores claras ou esverdeadas, bem como calças e camisas de manga comprida e o respectivo repelente de insectos, de forma a impedir e minimizar sermos picados e não contrairmos a mundialmente conhecida malária...

Obrigado...

Depois de estar em África, mais precisamente em Moçambique e na África do Sul, fui hoje brindado com o poster de um grande filme "Invictus" que estava no cinema City Classic Alvalade. Para além de se passar na África do Sul e de falar do grande Nelson Mandela. O filme foi realizado por um dos melhores do mundo, o inigualável Clint Eastwood...

terça-feira, 4 de maio de 2010

O Já Mandas, Não?! continua...


Peço desculpa por não andar a actualizar o blog, mas associado a problemas com a internet, fiz uma viagem que há muito tinha em mente fazer. Espada, espadarte, Portugal, portugueses, África mãe, mãe África... É verdade fui a África e adorei...