"Afastar muitos para longe do rebanho, foi para isso que eu vim!" Nietzsche
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
quarta-feira, 6 de julho de 2016
"Anda bater, tu bates bem. Se perdermos que se foda"...
O texto é um bocado extenso, mas acredita que vai mesmo valer a pena. AO CONTRÁRIO DE OUTRAS MERDAS QUE SE VÊEM NO FACEBOOK. LÊ E VAIS PERCEBER, EHEH...
Muito se tem dito da linguagem do Capitão da selecção Cristiano Ronaldo, do CR 7, ou simplesmente O Comandante. A frase "anda bater, tu bates bem. Se perdermos que se foda", escandalizou os ouvidos mais pudicos, castos e pedantes.
Mas aqui está um exemplo de como a língua portuguesa é linda. E que mesmo o vernáculo, tem e deve ser usado em alturas próprias e que pode ser tão inspirador e erudito como os sonetos decassílabos, da imortal obra literária "Os Lusíadas" do Grande Luís Vaz de Camões.
Se calhar poucos ouviram falar de Millôr Viola Fernandes, ou simplesmente, Millôr Fernandes?! Este cavalheiro também era um amante da língua Portuguesa. Nasceu e viveu no outro lado no atlântico, no país irmão o Brasil. Foi cartoonista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista. É considerado uma das principais figuras da imprensa brasileira no século XX.
Mas isso não é o mais importante. A questão é que ele como o Ronaldo, o Bocage, os Ena pá 2000, o Ricardo Araújo Pereira, o Miguel Esteves Cardoso, o José Mário Branco, ou mesmo o nosso prémio Nobel da literatura José Saramago, e como tantos outros "faladores" e amantes da língua Portuguesa. Enalteceram e elevaram o uso do vernáculo a um nível superior. Millôr Fernandes deixou obra sobre esta temática. Deixo-vos um texto deste senhor intitulado "Foda-se" que resume na perfeição o que tento passar.
FODA-SE (por Millôr Fernandes)
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela diz.
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?
O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.
"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"
"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então, foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que "comó caralho"?
"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão matemática.
A Via Láctea tem estrelas comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!
Entendes?
No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".
Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.
O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.
Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida.
Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.
Solta logo um definitivo:
"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".
O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)
Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba.
Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito assim, põe-te outra vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?
Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta:
"Chega! Vai levar no olho do cu!"?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando estás a sem documentos do carro, sem carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"
Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”
Então:
Liberdade,
Igualdade,
Fraternidade
e
foda-se!!!
Mas não desespere:
Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”
Atente no que lhe digo!
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?
O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.
"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"
"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então, foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que "comó caralho"?
"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão matemática.
A Via Láctea tem estrelas comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!
Entendes?
No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".
Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.
O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.
Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida.
Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.
Solta logo um definitivo:
"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".
O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)
Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba.
Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito assim, põe-te outra vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?
Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta:
"Chega! Vai levar no olho do cu!"?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando estás a sem documentos do carro, sem carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"
Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”
Então:
Liberdade,
Igualdade,
Fraternidade
e
foda-se!!!
Mas não desespere:
Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”
Atente no que lhe digo!
Resumindo, o Millôr Fernandes e o Ronaldo, são grandes comó caralho...
domingo, 15 de maio de 2016
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Resultados das presidências 2016...
Estas eleições só me fazem lembrar a pintura realizada por Eime e Diogo Machado no muro do Hospital Júlio de Matos. Felizmente nem tudo são más notícias, pois ao contrário das eleições a pintura é excelente, eheh...
Cavaco veta adoção gay e taxas no aborto.
Sei que é triste dizer isto, mas infelizmente não me surpreendeu. Uma vez pária, pária sempre. Não me digam que só agora é que se descobriu que existe um ser mesquinho, repugnante e excrementoso que nunca se engana e raramente tem dúvidas. E que durante 20 anos. 20 ANOS esteve no poder. Por alguma razão o nosso único prémio Nobel da literatura auto exilou-se na ilha de Lanzarote, nas Canárias. Quando Saramago morreu, esse pequeno de espírito, não foi ao seu funeral, pois "prometi que ia de férias para os Açores com os meus netos". Ps: esse ser é e era o Presidente da República Portuguesa que sempre afirmou de boca cheia "sei bem quais são as funções e poderes do Presidente da República". Penso que demonstra bem o nível (ou a falta dele) deste "senhor"...
Factos. DIFERENÇAS: um antes de se candidatar a PR esteve sempre calado e nunca apareceu na televisão durante 10 anos; o outro antes de ser candidato a PR nunca se calou e apareceu pelo menos todos os domingos na televisão durante 10 anos. Um esteve 20 anos com responsabilidades políticas (foi PM e PR); o outro foi ministro dos assuntos parlamentares durante 1 ano de 1982 a 1983 e presidente do PSD, cargo que desempenhou entre 1996 e 1999. SEMELHANÇAS: os dois são do PSD,os dois são professores universitários, os dois têm amigos muito duvidosos que por acaso estão envolvidos (e muito) em fraudes e trapalhadas bancárias. Os dois são contra o aborto. Podemos afirmar que um tem mais cor que o outro, mas serão assim tão diferentes?...
Filme - "The Act of Killing" o Acto de Matar (2013)...
Pára tudo. Encontrei o filme "The act of killing/ O Acto de Matar" legendado!
Possivelmente este foi o filme que mais me incomodou nos últimos anos. E estive mesmo, mesmo para sair a meio.
O documentário conta a história de um país (Indonésia) onde os assassinos são celebrados como heróis, o realizador e a sua equipa desafiaram os líderes impenitentes dos esquadrões da morte a encenar o seu papel no genocídio. O resultado alucinante é um delirante sonho cinematográfico, ummergulho perturbador nas profundezas da imaginação de assassinos em massa e no chocante regime de corrupção e impunidade banais em que vivem. As personagens estiveram envolvidas na expurga anti-comunista, onde 1 milhão de militantes, simpatizantes e hipotéticos comunistas foram massacrados. Esta matança decorreu entre 1965 e 1968 pelo regime de Suharto. O realizador Joshua Oppenheimer referiu-se ao documentário como um doloroso percurso, com o objectivo para compreender “como é que os seres humanos fazem estas coisas uns aos outros”...
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Faleceu Ettore Scola. Realizador do clássico, do épico e mítico filme, "Feios, Porcos e Maus" (entre outros como Tão Amigos Que Nós Éramos). Mas agora todos os dias partem colossos?! Indivíduos que marcaram e que continuam a marcar gerações. Só o Aníbal é que não vai, &%$#@...
Faleceu Ettore Scola. Realizador do clássico, do épico e mítico filme, "Feios, Porcos e Maus" (entre outros). Mas agora todos os dias partem colossos?! Indivíduos que marcaram e que continuam a marcar gerações. Só o Aníbal é que não vai, &%$#@...
Filme - United Red Army...
Hoje estou para aqui virado.
Até agora das vários filmes que vi até hoje, só estive para sair a meio de dois deles. Um foi "The act of killing" (o acto de matar) que recomendo vivamente. E outro foi um filme japonês intitulado "United red army" (exercito vermelho unido). Agradeço que se alguém souber de um site onde dê para ver o filme online e legendado (pois o meu forte não é o japonês), ficarei profundamente grato, eheh...
O filme retrata um caso que ficou na História como "incidente Asama-Sanso", ocorrido entre os dias 19 e 28 de Fevereiro de 1972, no Japão. A acção é contada em três actos: começa com uma retrospectiva histórica do movimento estudantil do Japão dos anos 1960 e início dos anos 1970, utilizando imagens de arquivo e voz off; o segundo acto segue a formação do grupo para os campos de treino de montanha no sul dos Alpes japoneses mostrando os seus métodos implacáveis. O terceiro mostra a divisão do grupo após a fuga de dois membros, seguindo um grupo de cinco deles para Karuizawa, a tomada de reféns durante nove dias que causou a morte a várias pessoas e os consequentes confrontos com a polícia.
Realizado por Kôji Wakamatsu, um "documentário ficcional" que mistura imagens de arquivo, relatos históricos e recriações ficcionais com actores, sobre os métodos terroristas do chamado Exército Vermelho japonês num episódio que marcou a História do país...
Filme - A Paixão de Joana D'Arc (1928)
Cansado, frustrado e desanimado por não conseguires ver um bom filme. E que tal um filme realizado em 1928 que é um ex libris do cinema mudo?! Não rejeites logo a ideia. Dá uma olhadela primeiro. Esta película é simplesmente DESLUMBRANTE...
Como é um filme mudo a banda sonora (que é divinal) é quase, quase, quase o protagonista principal. O elenco foi soberbamente bem escolhido e a sua prestação imaculada. A interpretação de Joana D'Arc pela Maria Falconetti é breathtaking. E a forma como o realizador dinamarquês Carl Theodor Dreyer filmou, revolucionou a técnica cinematográfica mundial, pois o filme foi uma sucessão de close-ups de natureza dramática. Sinceramente espero que desfrutem tanto como eu...
PS: o site Cinema Livre permite visionar imensos filmes de 1895 até 1959. É livre, grátis e sem pub. Vale a pena ...
Filme The Big Short - A Grande Aposta...
Só me lembro de me sentir nauseado num filme uma única vez e estive para sair a meio. Foi num documentário intitulado "The act of killing" (o acto de matar,) se puderem vejam que vale a pena (se és da área da saúde mental o conceito de role-play vai ganhar toda uma nova dimensão). Hoje passou a duas vezes. No fim de ver o filme "The big short" a náusea apareceu e custou a passar. A náusea é uma defesa do organismo. É a preparação para o vómito e a expulsão de substâncias que podem estar a causar problemas ao organismo. E essas substâncias foram a ganância, a mentira, a fraude, a impunidade, a falta de consciência e a falta de amor ao próximo. Resumindo, a exploração do Homem pelo homem (não me enganei, foi de propósito que escrevi homem, um com letra maiúscula e outro com letra minúscula. Infelizmente não existe a letra super-minúscula). Se queres perceber de uma forma simples, descomplicada e com algum humor à mistura (pois o humor permite encaixar a cena um bocadinho melhor) a crise financeira e as suas consequências nos EUA, no mundo, no nosso país e em especial no teu bolso, vê este filme. Mas atenção! A náusea pode tomar conta de ti...
Clica e podes ver aqui o filme online
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