"Afastar muitos para longe do rebanho, foi para isso que eu vim!" Nietzsche
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Vais deixar saudades João Manuel Serra ou simplesmente O Senhor do Olá...
Lágrimas a estragar-lhe a pintura dos olhos, Mafalda Pinto aproxima-se da esquina do Saldanha com a Fontes Pereira de Melo. Baixa-se e deposita o discreto ramo de flores lilás junto ao semáforo. É o primeiro, ainda ali não há mais flores nenhumas. "Via-o aqui quase todas as noites, quando ficava a trabalhar até tarde. O pior é que nunca falei de nada importante com ele."
Nem Mafalda, nem a maioria dos automobilistas que, ao longo dos últimos dez anos, respondiam com uma apitadela aos acenos e ao sorriso de João Manuel Serra, o homem que matava a solidão da noite - "uma malvada", que o "perseguia por entre as paredes vazias da casa" - a saudar quem passava. Mas quando morreu, com 80 anos, o "Senhor do Adeus", como ficou conhecido, tinha-se tornado um ícone da capital, com os seus óculos de massa escura, cabelos brancos e porte aristocrático.
A real dimensão da sua popularidade só ficou conhecida ontem, quando uma página criada em sua memória no Facebook juntou, em poucas horas, mais de 5000 pessoas a lamentarem o seu desaparecimento - eram 7757 à hora do fecho desta edição. Foi na Internet que surgiu a ideia de fazer, ontem à noite, uma cerimónia naquela esquina do Saldanha e também se reivindicou que seja erguida uma estátua ao excêntrico senhor nascido em berço de ouro ali mesmo ao lado, numa casa apalaçada das Picoas.
Filho de diplomata, gabava-se de nunca ter trabalhado na vida. Não precisava, vivia dos rendimentos. Viajou mundo fora com aquela a que chamava a paixão da sua vida: a mãe. Moravam juntos num prédio antigo nas Laranjeiras e, quando ela morreu, tinha ele 65 anos, ficou "desasado". Até que percebeu que havia quem lhe buzinasse e acenasse durante os seus passeios solitários pela cidade durante a noite. Decidiu pensar que eram novos amigos. "Comecei a acenar às pessoas em vários pontos da cidade. Depois decidi que era nas Picoas que me sentia melhor. Passei a minha infância aqui", contou ao PÚBLICO, em 2001.
Fez mesmo amigos de verdade. Ana Griffo Coimbra, uma gestora de 59 anos, foi uma delas. Costumava ir jantar às terças-feiras para aqueles lados com a família e as conversas prolongadas com o "Nini", como carinhosamente o tratavam, tornaram-se um hábito. Com algumas obras publicadas, a mãe dela fez-lhe um poema. E à terça-feira lá estava ele, rosa na mão para entregar à poetisa, e um "ovo Kinder Surpresa" na outra, para o neto. "Eu preciso disto, é o meu remédio, mas as pessoas que me cumprimentam também precisam de mim", costumava ele dizer", recorda Ana Coimbra. "Era uma pessoa muito terna e bem-educada."
Nem a chuva o afastava desta missão, que, nos últimos tempos, se alargou ao Restelo, onde passou a ir almoçar a casa de um irmão. "Havia quem o chamasse maluco, mas ele dizia que não se importava", conta Ana Coimbra. Do que não gostava muito era que o chamassem "Senhor do Adeus": preferia ser conhecido como "Senhor do Olá".
O realizador Filipe Melo convidou-o para entrar na sua primeira curta-metragem. Há vários anos que tinham, juntamente com outro amigo, um ritual semanal: ir ao cinema ao domingo e jantar a seguir no Galeto. "Era genuinamente boa pessoa", diz o cineasta. Assim sucedeu no último domingo: foram ver o filme sobre o fundador do Facebook e, como era hábito, Filipe Melo transcreveu as impressões do amigo no blogue que criara para ele (http://senhordoadeus.blogs.sapo.pt/). Apesar de a época festiva ainda vir longe, no final da crítica o "Senhor do Adeus" desejava bom Natal aos leitores. "E estejam todos muito felizes", acrescentou."Penso que morreu nessa noite, de ataque cardíaco, depois de eu o pôr em casa", explica Filipe Melo, que conheceu o "Senhor do Adeus" na rua. Antes de partir, João Manuel Serra ainda teve tempo de participar noutros projectos de Filipe Melo e de servir de inspiração a um fado cantado por Carlos do Carmo. Ainda assinava uma rubrica de cinema no canal Q.
Pedro Santana Lopes também o conhecia da Figueira, local onde o "Senhor do Adeus" passava férias. Viu-o no sábado pela última vez, ia a passar no Rato. "Vieram-me as lágrimas aos olhos quando soube da notícia. Lisboa fica mais triste, porque ele era uma fonte de alegria. Apetece fazer-lhe uma estátua, ou talvez outra coisa qualquer menos estática... Devia ser um símbolo eterno na cidade."
Porquê tanta admiração por este homem que se limitava a dizer adeus e a sorrir a quem passava? "Era o símbolo de uma cidade mais humana, menos impessoal", responde Filipe Melo. Depois de depositar as flores lilás no semáforo, Mafalda Pinto diz algo semelhante: "Era um caso exemplar da vida urbana: uma pessoa muito só e ao mesmo tempo acompanhada por uma multidão."
Ps: uma vez no El Corte Inglês em conversa, contou que tinha recebido uma proposta para o fotografarem e colocarem as suas imagens no museu da cidade de Lisboa...
terça-feira, 9 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Coca-Cola, Fanta e Nazismo. Descobra o que os une...
Fanta é uma marca de refrigerantes, que detém uma linha variada de produtos e que pertence à The Coca-Cola Company. Criada e lançada na Alemanha Nazi, durante a Segunda Guerra Mundial, actualmente é comercializada em 187 países.
A marca de refrigerantes Fanta tem sua origem na Alemanha Nazi no ano de 1941. Naquela época, devido às sanções que impediam a entrada de produtos naquele país, impossibilitaram que a fábrica da Coca-Cola continuasse a operar devido a falta dos concentrados base para a fabricação de refrigerantes. Nessa ocasião, Max Keith, chefe de operações da Coca-Cola alemã, permitiu a criação de um novo produto, na tentativa de evitar a suspensão das actividades da fábrica, nascendo assim, uma bebida que foi comercializada exclusivamente no mercado alemão durante a Segunda Guerra Mundial. O produto, por sua vez mudava de acordo com a natureza dos ingredientes que estavam disponíveis no país sancionado, como as sobras da fabricação de sidra (fibra de maçã) ou, até mesmo o subproduto da confecção de queijo (soro de leite). O primeiro sabor com a marca Fanta foi o de malte, já o sabor laranja, que é o mais conhecido e distribuído mundialmente, foi lançado somente em 1955 pela Coca-Cola italiana e, no princípio, as versões do refrigerante vinham adoçados com sacarina, passando posteriormente para o açúcar de beterraba.[2]
Foi a partir de um concurso que surgiu o nome Fanta, que foi realizado entre os funcionários da fábrica alemã coordenada por Max Keith, que solicitou aos mesmos para usarem a “imaginação" (Phantasie em alemão). Ao ouvir isso, o vendedor veterano Joe Knipp imediatamente deixou escapar “Fanta” que passou a ser adoptado como marca.
Eu confio na capacidade de reflexão, na indignação e na rebelião das pessoas...
Simplesmente avassalador! Vão a internet, pesquisem e vejam este documentário extraordinário e compreenderão melhor o mundo que nos rodeia e terão as respostas a muitas das vossas perguntas...
terça-feira, 2 de novembro de 2010
O que lhes podemos chamar...?
Ulrike Meinhof “If one sets a car on fire, that is a criminal offence. If one sets hundreds of cars on fire, that is political action”.
A noite é acordada por pedras a bater nos carros arder. Um grito surdo ecoou-a… quem foi? Porquê? Foram uns vândalos dizem uns, selvagens dizem outros, há ainda quem diga que foram uns bárbaros.
E a Vara de Alguns que levaram ao culminar desta situação, como os devemos chamar? Senhores talvez… ou ainda Pessoas Verticais… ou quiçá Pessoas de Carácter Imaculado e Moralmente Irrepreensíveis?
E quando a Vara de Alguns aldraba, engana, embusta, fabula, falseia, finge, ilude, intruje, lorota, simula, mesmo sabendo que ao faze-lo prejudica as actuais gerações, bem como as gerações vindouras, o que lhes podemos chamar? Companheiros, Compinchas, Parceiros?
E se uma Vara de Outros Alguns sabe que a Vara de Alguns mente, mas reúne-se com eles, não para ajudar as actuais gerações, nem mesmo as gerações vindouras, mas para poderem ficar com o lugar da Vara de Alguns. O que lhes podemos chamar? Honestos, Íntegros, Nobres?
E quando sabemos que a atitude dessas Varas de Alguns faz perder empregos, suga a esperança de uma vida melhor e corrói o Estado Social. O que lhes podemos chamar? Patriotas, Amigos, Fraternais?
E quando devido a essa Vara de Alguns se olha para o lado e vemos cada vez mais a fome e a miséria de mãos dadas e com a cara cada vez menos escondida, a remexerem e a comerem dos lixos que essa Vara de Alguns considera sobras. O que lhes podemos chamar? Bondosos, Benévolos, Benfeitores?
E quando essa Vara de Alguns, nos leva a olhar para os mais antigos que trabalharam honradamente durante décadas, muitos deles começando a labutar mesmo antes de saber ler e escrever, e que são agora chamados de velhos, de fardos, de gastos e de despesa. O que lhes podemos chamar? Solidários, Visionários, Humanistas?
E quando essa Vara de Alguns, faz com que as pessoas trabalhem cada vez mais para receberem cada vez menos, para que essa Vara de Alguns possas refastelar-se de luxo, ostentação e fausto. O que lhes podemos chamar? Samaritanos, Franciscanos, Espartanos?
E quando essa Vara de Alguns, é levada perante a justiça, que embora cega e que por isso não vê o que lhe é colocada nos seus pratos da balança, leva a que essa Vara de Alguns seja isentada e ilibada. O que lhes podemos chamar? Honestos, Leais, Virtuosos?
E quando essa Vara de Alguns vê e ouve as pessoas a manifestarem-se na rua, pedindo que as injustiças terminem, e que durante a negociação acenam com a cabeça, mas realmente estão a fazer ouvidos moucos. O que lhes podemos chamar. Mediadores, Negociadores, Interessados?
E quando as coisas pioram de dia para dia e essa Vara de Alguns decide tirar a resolução do problema dos bolsos dos mesmos. Daqueles que menos têm, menos podem. O que lhes podemos chamar? Justos, Imparciais, Equitativos.
E quando essa Vara de Alguns desonra aquilo que prometera perante todos, que é defender os interesses do país e de todos os cidadãos, mas realmente só defendem os seus próprios interesses. O que lhes podemos chamar? Impolutos, Irrepreensíveis, Incensuráveis?
Se depois de tudo aquilo que essa Vara de Alguns fez, faz e fará, continuarem a ser chamados de Inocentes, Imaculados e Puros. Então eu quero ser chamado de vândalo, selvagem ou bárbaro. Pois o acto de arremessar pedras e de atear o fogo é um grito de protesto, é um berro que quer dizer basta desta Vara de Alguns de muitos rostos, de muitas vozes, de muitos interesses, mas de nenhuma moral, ética, honra, honestidade e justiça para com um país e os seus respectivos cidadãos. Mais vale ser chamado de selvagem e lutar pelo interesse nacional, do que ser um Senhor Límpido da Vara de Alguns que não passam de um vómito nojento e asqueroso, cuspido pela boca pútrida de uma qualquer cavalgadura corrompida…
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