"Afastar muitos para longe do rebanho, foi para isso que eu vim!" Nietzsche

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sei que o texto é um bocado extenso, mas vale a pena ler...





Falo-vos não como um iluminado, nem mesmo um visionário. Falo-vos como um amigo, como um cidadão que quer o melhor para o seu país e para os seus co-cidadãos.

Vivemos tempos difíceis, de desânimo e de quase desesperança. O “chico espertismo” tornou-se prática vulgar e a mentira fácil é o verbo vigente. Culpados houve poucos. Inocentes somos quase todos. Mas só com muitos podemos novamente erguer este país conhecido além fronteiras pelo nome de Portugal.

As eleições de 5 de Junho de 2011 são, sem dúvida alguma, as mais importantes desde que somos uma democracia. Vai ser nestas eleições que vamos mostrar a nós e ao resto do mundo o que é que os Portugueses querem, pensam e desejam. Acima de tudo vamos mostrar se somos dignos de ser chamados de país civilizado.

Desde o memorável 25 de Abril de 1974 que fomos governados por vários partidos; a saber, PS, PSD e CDS. Nos últimos 26 anos estes partidos, bem como os seus líderes, estiveram no poder e escolheram um rumo, uma visão para Portugal. Passados estes 26 anos verificamos que a maioria das decisões não teve em linha de conta, nem o superior interesse da Nação, nem tão pouco o bem-estar da sua população. Para desilusão de muitos, principalmente estes últimos 6 anos de governação, foram tempo perdido. Perdemos bem-estar, liberdade, soberania; perdemos principalmente capacidade para nos indignarmos. Quando olhamos para o lado e verificamos que as coisas estão erradas e já nem nos conseguimos indignar, é sinal que algo de muito grave se passa no nosso país.

Durante 6 anos de governação houve um governo com maioria absoluta (4 anos) e um com maioria relativa (2 anos). Durante estes 6 anos o diálogo, a negociação, a compreensão, a justiça social foram palavras que nunca fizeram parte das suas acções. Apenas esporadicamente surgiram em discursos monocórdicos e desprovidos de qualquer intenção de mudar, de evoluir, de modificar e de aperfeiçoar uma sociedade já por si diminuída por sucessivos governos incompetentes, curtos de vista e, sou obrigado a dizer, governos com comportamento parolo.

Agora, esses mesmos partidos, com os mesmos líderes, vêm anunciar que o país está de joelhos e que batemos no fundo (os mesmo que têm aprovado os orçamentos de Estado com o aval do actual Presidente da República). Não por culpa deles, respondem os três em uníssono, mas por culpa dos outros (apontam eles em riste com o dedo acusador, não reparando que estão apontar para um espelho).

Mas o pior de tudo é que não se consideram parte do problema, mas sim parte da solução. Caros amigos estão confusos? Não vos censuro…

4 anos de maioria absoluta e mais 2 de relativa, mas mesmo assim querem mais. Querem a terceira vitória. Querem os 10 anos. Querem governar Portugal durante uma década. Até Jesus Cristo, homem de bondade reconhecida ofereceu a outra face, mas nunca ofereceu a face pela terceira vez…

A justiça é lenta, a justiça não é imparcial, a justiça é diferentes para os pequenos e para os grandes, diz o povo. Basta ver os escândalos que se arrastam, que rastejam pelos corredores dos tribunais. A figura da justiça como vocês bem sabem é a de uma senhora com um lenço a vendar os olhos. Existem na nossa democracia três poderes, o judicial, o executivo e o legislativo. Todos independentes uns dos outros. O poder legislativo é o da Assembleia da República, onde são votadas as leis e passam as que forem votadas pela maioria; é onde se decide que quem rouba para comer deve ir para a prisão e que quem não paga os salários dos que trabalham, ou quem suborna, ou indevidamente e escandalosamente gasta o dinheiro de todos para lucro e conveniência de alguns não seja preso. Quem devemos culpar? Os tribunais? Os agentes de autoridade? Ou aqueles que têm o poder democrático de criar as leis de forma a penalizar quem lesa os cidadãos? Assim torna-se difícil prender e responsabilizar penalmente aqueles que lesam o Estado, ou seja, os cidadãos. São eles que têm o poder de mudar, aperfeiçoar as leis e equilibrar os pratos da balança que a senhora de olhos vendados ergue com a sua mão esquerda.

Desenganem-se aqueles que pensam que não há nada a fazer. Pois nós, os cidadãos, é que temos o poder. Ele está na nossa consciência e é transferido para a ponta da caneta no momento em que somos chamados a exercer o acto de voto, de cidadania, de soberania e de liberdade. Não deve o povo temer o governo. Deve o governo temer o povo.

Eles sabem disso, sabem que o poder final está nas nossas mãos. Por isso, apresentam-se perante nós afirmando que ou os escolhemos a eles, ou escolhemos o caos. Somos levados a pensar que para além deles, destes autoproclamados virtuosos e pseudo-defensores do superior interesse da Nação, só existe o caos, a desesperança e o definhar de um grande país com mais de 900 anos de história e que é conhecido por ter dado novos mundos ao mundo. Mas será isto possível? Quais as opções que temos? Que pessoas querem fazer parte da solução?

Antes de mais não nos podemos esquecer do senhor que é o actual Presidente da República (PR), que vai no seu segundo mandato como PR e que está há quase 20 anos a influenciar o futuro de Portugal. Nunca governo algum teve acesso a 40 milhões de contos (200 milhões de euros) diários vindos da CEE, actual União Europeia. O que foi feito com esse dinheiro? Seguiu-se a política do cimento, do alcatrão, das auto-estradas… A pesca, a agricultura, a indústria, a educação e a investigação foram abandonadas… As cargas policiais na ponte 25 de Abril contra aqueles que tinham sido enganados, contra os estudantes, contra os trabalhadores, que reivindicavam melhores salários, bem como melhores condições de trabalho… A frase «nunca me engano e raramente tenho dúvidas»...O interior que foi entregue ao esquecimento e assistimos à migração de quase 35% da sua população... Passados quase 20 anos vai a Bragança agora como PR e pergunta «o que é que temos que fazer para que nasçam mais crianças nesta região?». A resposta é fácil, quando se deixa de investir e se retira o pouco que têm, como foi o caso da linha ferroviária Bragança – Mirandela, como ele fez quando era PM. A população desesperada começou a deslocar-se ou para o estrangeiro ou para o litoral onde ainda se vai encontrando alguma oferta de emprego. Posto isso, começam a fechar escolas, postos de correios, postos da GNR, dependências bancárias, pequenas e médias empresas… Mas, mesmo assim, depois de ter desperdiçado esses 40 milhões de contos (200 milhões de euros) diários em auto-estradas e na selva de pedra de Quarteira, Albufeira e outros… mesmo assim… ganhou as eleições e foi eleito para o seu segundo mandato como PR.

O país atravessa, possivelmente, a sua maior crise de sempre, e o nosso PR mantém-se no silêncio e pouco ou nada se sabe sobre como pretende tornar Portugal um país melhor. O pouco que vai dizendo é através do Facebook. Percebe-se, claramente, que o nosso PR tem uma “visão real” do país, pois com certeza parte do princípio que todos os lares portugueses têm acesso à internet e que estão todos registados no Facebook. A vantagem do Facebook é que o nosso PR não tem que responder às questões levantadas por aqueles que querem respostas olhos nos olhos, de uma forma humana e não vindas de um qualquer escritório sombrio.

O líder do CDS-PP decidiu vestir a personagem do político imaculado, preocupado com o povo, preocupado com a agricultura. O curioso é que este já esteve no poder num governo de coligação entre PSD/CDS. Ele já lá esteve e não fez melhor. Tão pouco defendeu a agricultura. Com o seu boné afirmou ser um homem da terra. Mas quando esteve no governo de coligação PSD/CDS foi ministro, não da sua amada agricultura, mas na Defesa e do Estado. Porque trocou ele a enxada pela G3? Porquê desperdiçar esta oportunidade? A resposta é fácil. É que o ministério da agricultura não tem acesso a informação privilegiada, classificada e secreta. E no mundo em que vivemos informação é poder. Não terá sido por acaso que, quando saiu do ministério da Defesa, fotocopiou 60 mil documentos onde alegadamente estariam segredos de estado. Documentos pessoais, disse ele na altura…

A verdade é que os ministérios mais importantes, não só pelo tipo de recursos que têm, mas pela informação que dispõem, são o ministério dos Negócios Estrangeiros e o da Defesa. Mas será que uma pessoa que fala tanto da evasão fiscal, quando esteve no governo tentou mudar alguma coisa nesta área, de forma a ajudar o povo, como ele gosta de dizer? Sim… tomou medidas… Maria José Morgado, na altura na Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Financeira da Polícia Judiciária, para surpresa geral, demite-se. Mais tarde, numa comissão de inquérito, Maria José Morgado revelou que foi Adelino Salvado, o então director nacional da PJ, que lhe tinha dito que eram Celeste Cardona e Paulo Portas que teriam receio que ela continuasse a liderar o combate ao crime económico na PJ. Em certos cargos quando se trabalha bem, começa-se a atrapalhar algumas pessoas.

O actual líder do PPD/PSD é um político de carreira, pois não lhe são conhecidas outras funções relevantes, a não ser ter pertencido à juventude social democrática. Percebe-se claramente que pretende seguir uma política ultra neoliberal, que se traduz em privatizar tudo e que a influência do Estado seja zero. O objectivo é a privatização em grande escala, ou seja, privatizar a educação, a saúde, bens e serviços, as águas, a electricidade, telecomunicações, caixa geral de depósitos, segurança social… quer ainda por um fim ao chamado Estado Social, pôr fim ao princípio de que todos descontamos para um bolo, para que aqueles que precisem de ajuda tenham um apoio nos momentos difíceis; e para que no dia que nós também necessitemos desse apoio, ele não nos falte. A solidariedade é para ser afastada caso ele ganhe as eleições.

Para conselheiro, o líder do PPD/PSD escolheu Eduardo Catroga que, para além de gostar de falar de pêlos púbicos em televisão, foi ministro das finanças de 1993 a 1995 do actual PR, e que na altura dos 40 milhões de contos (200 milhões de euros) diários não teve visão para que se deixasse de investir no cimento, no alcatrão e na selva de pedra, negligenciando então o que realmente importava, como a saúde, a educação, a investigação, a pesca, a agricultura, a indústria e as pequenas e médias empresas. Só através destas acrescentaríamos valor ao que produzíamos, conseguindo assim criar riqueza e tornando-nos mais competitivos.

Outro conselheiro do líder do PPD/PSD é Dias Loureiro. Antigo ministro da Administração Interna (1991 – 1995) no governo de Cavaco Silva. Ficou ligado ao bloqueio da Ponte 25 de Abril em 1994, ao chamar as forças de intervenção que, à força, fizeram desmobilizar os manifestantes a comando de Cavaco Silva. Mas este antigo ministro da Administração Interna (que tinha debaixo da sua tutela as forças policias da PSP, GNR e SEF) ficou ainda mais conhecido na sequência do seu alegado envolvimento em negócios ilegais da SLN em Porto Rico e Marrocos. Entrou na política a ganhar quarenta contos e só lucrou quando saiu. Ficou rico com a valorização do grupo de José Roquette e declarou rendimentos superiores a Belmiro de Azevedo.

Penso que o líder do PPD/PSD conseguiu reunir uma equipa ganhadora e, com eles, Portugal irá com certeza manter-se mais 4 anos colado ao fundo do poço.

É chegada a altura de falar do quase semi-Deus, o líder do PS. Digo semi-Deus, porque ele não é imortal, mas comporta-se como se fosse.

Passados 6 anos, cerca de 2190 dias, Portugal teve que pedir “ajuda externa”. Que existiu uma crise internacional, isso é inegável. Só não foi pior, porque em Portugal o Estado ainda tem algum poder de fiscalização e medidas de contenção de investimentos que as empresas públicas podem fazer; ao contrário do que defendem PSD e CDS com a sua política ultra-neoliberal e também o PS ainda que de forma envergonhada. A "Ajuda externa" veio, a TOIKA ordenou e o PS, PSD e CDS obedeceram e saiu o memorando em inglês, pois como se sabe a língua oficial em Portugal é o inglês e isso ajuda o comum Português a tirar as suas próprias conclusões sobre o "acordo". Mas o mais curioso é que os líderes do PS, PSD e CDS durante a sua campanha eleitoral, pura e simplesmente não falam dos sacrifícios que teremos que fazer.

Mas, mais que a crise mundial, ou externa se preferirem, foi a crise doméstica que nos levou à quase bancarrota. Problema conhecido há muito tempo, mas ignorado, omitido e negado quase até ao último dia. O líder do PS foi o Primeiro-Ministro (PM) que mais aumentou o IVA. Primeiro, disse que não ia aumentá-lo, depois veio a público dizer que as contas do Estado estavam tão mal, que era imperativo aumentá-lo para que o Estado pudesse receber mais dinheiro para equilibrar as contas. Passado algum tempo, mesmo tendo afirmado que não haveria necessidade de o aumentar novamente, eis que o IVA sofre novo agravamento. Mas os investimentos não acabavam, nem diminuíam. Magalhães, novo aeroporto de Lisboa, TGV, a 3ª auto-estrada Lisboa-Porto… e o distrito de Bragança continuando a ser o único do país que não tem um quilómetro de auto-estrada. O interior continua, passados estes anos todos, a não ser uma prioridade. Multiplicaram-se as famosas Parcerias Público-Privadas (PPP). Novos hospitais, novas barragens, novas vias de comunicação… não existem “almoços grátis”! Se não se tem dinheiro não se pode gastar, certo? Errado. Em vez de se rentabilizar os recursos que possuímos, diminuir ou extinguir fundações, institutos e reduzir os desperdícios (ou gorduras do Estado como alguns gostam de dizer), o que se fez foi fuga para a frente.

Se já se tinha aumentado o IVA, porque as contas do Estado estavam desacreditadas? O porquê destas obras imensas! Os resultados foram 59 mil milhões de euros que teremos que pagar durante 50 anos só com as famosas PPP. As PPP são uma doença medonha. Empresas privadas investem 10, gerem os empreendimentos durante 10, 20, 30 ou até mesmo 70 anos e, o Estado, ou seja nós, pagamos uma anuidade durante estes 10, 20, 30 ou até mesmo 70 anos. Conclusão, as empresas privadas investem 100 e ganham, durante esses anos, 1000. É melhor do que jogar no euromilhões, pois neste caso é certo que durante várias décadas, todos os anos sai um euromilhões “oferecido” pelos Portugueses.

Durante vários anos ouvimos que os Portugueses se estavam a endividar. O governo pedia contenção e poupança. Mas, o governo estava a portar-se como esses Portugueses que se endividavam. «Olha para o que eu digo e não para aquilo que eu faço» foi o provérbio mais usado pelo governo.

Durante 2190 dias, ou seja, 6 anos, andaram-nos a mentir, a enganar, a iludir. Não seria necessário pedir “ajuda externa”. Passada uma semana os mesmos dizem-nos que já só existe dinheiro para pagar os salários até ao mês de Maio. Não queriam lançar o pânico foi a resposta do líder do PS. Durante 2190 dias, em que o IVA subiu várias vezes e em que houve reestruturação dos escalões do IRS (sempre a exigir sacrifícios aos mesmos), não houve oportunidade de traçar um plano sério, rigoroso e justo para impedir que Portugal batesse no fundo? A solução continuava a ser a mesma, aumentar os impostos, reduzir salários e pedir empréstimos ao exterior a taxas impraticáveis de 8% e 9%. Pedir desenfreadamente crédito, após crédito para pagar os créditos pedidos, era a solução final deste governo… era insuportável! Nunca da boca do líder do PS e PM demissionário se escutaram palavras como, «enganei-me», «estava errado», ou simplesmente «peço desculpa». Expressões como «está tudo bem com o País», «Portugal está a crescer como nunca cresceu antes»… isso sim, era diário. Decorria o ano de 2008, estávamos em plena crise mundial, e houve alguém que afirmou «a crise acabou».

Psicólogos, pediatras e estudiosos dizem categoricamente que não se deve mentir às crianças. Porque é que adultos mentem a outros adultos? Para nos proteger? A verdade é sempre menos dolorosa que a mentira perneta e imoral. As pessoas tomaram decisões e assumiram compromissos mediante aquilo que o líder do PS e PM demissionário afirmava. E agora quem é que assume esses compromissos que foram assumidos com base em mentiras, omissões e falsidades?

A crise chega a todos? Vamos todos pagar a crise? Infelizmente não é assim. A crise vai continuar a ser paga pelos mesmos. A banca, os grandes grupos económicos continuam a ter lucros recordes, mas pagando o mínimo dos mínimos. O governo durante os 2190 dias podia ter feito uma reforma séria na legislação fiscal, mas preferiu fazer o mais fácil. Subiu o imposto mais injusto de todos (o IVA), diminuiu as ajudas sociais e sobrecarregou mais uma vez a classe média. Será isto justo, merecido ou moralmente correcto?

Diz-se que o líder do PS e PM demissionário é de todos, aquele que tem mais experiência para governar Portugal. Eu concordo que ele tem muita experiência, pois em 2190 dias conseguiu passar a dívida pública de 80 mil milhões para 160 mil milhões de euros.

Está na altura de mudar. Não podemos dar a vitória a alguém que nos mente, que nos penhora o futuro e que nos rouba o legítimo direito de alcançar mais e melhor bem-estar. Dar-lhe a vitória seria como alguém roubar-nos a carteira, agradecermos ao gatuno com um apertar de mãos e ainda lhe dávamos a chave de nossa casa e dizíamos «hoje à noite não vou estar lá».

Igualdade, justiça e liberdade são mais do que palavras. Se temos que mudar, mudemos a sério. Não é mudar para ter mais do mesmo. PS, PSD e CDS já estiveram no poder e o resultado está à vista. Vivemos melhor agora do que há 6 anos atrás?

Somos ricos, muitíssimo mais do que cremos. Ricos pelo que possuímos já; ainda mais ricos pelo que podemos conseguir com os instrumentos actuais; infinitamente mais ricos pelo que pudéssemos obter do nosso solo, da nossa ciência e da nossa habilidade técnica, se se aplicassem a tentar o bem-estar de todos. Porque existe esta miséria em nosso torno? Porquê este trabalho penoso e embrutecedor das massas. Porquê esta insegurança no amanhã? Porque é que a riqueza está mal distribuida?

Mudemos, mudemos para aqueles que já no tempo da ditadura, lutaram e resistiram, sendo que muitos foram assassinados, torturados, exilados e presos para que hoje podessemos escolher o melhor para nós. Vamos votar naqueles que sempre estiveram, estão e continuarão a estar ao lado nos que trabalham honestamente e que querem uma sociedade mais justa, mais próspera e mais equitativa. Non abbiate paura (não tenhais medo) e faz o desvio à esquerda.

«Vivem demasiados seres humanos e pendem, tempo de mais, dos seus ramos. Oxála venha uma tempestade, que sacuda da árvore todos esses frutos pútridos e carcomidos!» Nietzsche no livro Assim falava Zaratustra.

Depois de ver este Grande filme, se alguém me diz que algo é impossível. Eu vou responder: "impossivel, não sei o que isso é..."


Filmado ao longo de dois anos (agosto de 2007 a maio de 2009), Lixo Extraordinário acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá, ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo inicial de retratá-los. No entanto, o trabalho com esses personagens revela a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugeridos a reimaginar suas vidas fora daquele ambiente. A equipe tem acesso a todo o processo e, no final, revela o poder transformador da arte e da alquimia do espírito humano.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

V for Vendetta...


"A anarquia ostenta duas faces. A de Destruidores e a de Criadores. Os Destruidores derrubam impérios, e com os destroços, os Criadores erguem Mundos Melhores."

Vi e fiquei fã, frases como"O povo não deve temer o seu governo, o governo deve temer o seu povo" ajudaram! Agora o que eu quero mesmo é adquirir o livro de BD que deu origem ao filme...



Freedom! Forever!
 
No filme “V de Vingança” (V for Vendetta – EUA, Alemanha/2006), baseado na sensacional graphic novel homônima de Alan Moore, nos é apresentada uma historia universal e com características marcadamente políticas. Moore se inspirou no Fascismo (sistema político ditador, nacionalista e anti-democrático, surgido na Europa após a Primeira Guerra Mundial e que se espalhou por diversos países) para criar o ambiente da narrativa de “V de Vingança”, que apesar de fictícia, lembra bastante tempos sombrios da Historia da humanidade e nos traz questionamentos sobre nosso atual momento político.

Esse ambiente é uma Inglaterra fictícia e futurista, governada por um regime totalitário representado na figura emblemática do General Adam Sutler, personagem que nos lembra em muito o famoso Adolf Hitler (1889 – 1945) que liderou um regime fascista na Alemanha pós-Primeira Guerra. Até mesmo seu nome Adam Sutler é um anagrama criado por Moore para lembrar o Fuher alemão.

Na história, o mundo está em guerra. Uma tragédia biológica foi responsável pela morte de milhões de pessoas na Inglaterra após um atentado no metrô de Londres e numa escola em que várias crianças foram mortas. O partido político de extrema-direita do General Sutler aproveitou-se da situação para culpar mulçumanos e opositores do governo pelo atentado e posteriormente culpando os homossexuais e segmentos minoritários pela decadência do país, reforçando a perseguição aos mesmos. (tal Hitler e os judeus na Alemanha).

O General Sutler após assumir o controle da Inglaterra, se intitula Auto Chanceler, cargo mais alto na hierarquia de poder. Seu governo é uma ditadura: não concebe direitos democráticos e persegue opositores. Há também campos de concentração para os inimigos do Governo.

A tática de Sutler para assumir o poder foi “fabricar” um inimigo que precisava ser combatido e somente um regime totalitário seria forte o suficiente para manter a paz e a ordem, desse modo, ele manipula uma população assustada. Para isso, ele utiliza principalmente a mídia para controlar as pessoas. Na fictícia Inglaterra, admiti-se a existência de apenas um canal de televisão estatal, a BTN (uma espécie de CNN), responsável por transmitir apenas as notícias que o governo permite ou fabrica.

Há também uma polícia especial intitulada “HOMENS- DEDO” que vigia a população e monitora suas conversas, punindo qualquer um que ouse duvidar das intenções do Estado. Outra forma de manipulação do Regime de Sutler é o “toque de recolher”: a partir de determinado momento não se pode permanecer na rua, sofrendo o risco de punição dos homens-dedo. Esse toque de recolher é uma maneira de evitar que as pessoas façam o que quiserem nas ruas altas horas da noite, diminuindo o direito de ir e vir.

O governo pretende saber exatamente o que as pessoas estão fazendo, onde estão e se estão partilhando ideias. Um dos temores do Alto Chanceler é ver as pessoas unidas em aglomerados. A lógica é que para manter o Regime é necessário separar os indivíduos e mantê-los isolados em suas casas para que não troquem ideias sobre as decisões do Estado. O exército está a postos para separar quaisquer manifestações populares, embora estas sejam praticamente inexistente devido ao medo, ou como o filme sugere, o conformismo das pessoas.

Juntas as pessoas tem poder para lutar contra um regime que as oprime e que limita sua liberdade. Gustave Le Bon em A psicologia das Multidões dizia que “As massas são perigosas”. Le Bon se referia principalmente ao caráter irracional dos indivíduos unidos numa multidão e os instintos mais primitivos do homem presentes nela.

Na historia, a multidão é perigosa para o Governo de Sutler. O terrorista, nacionalista e anarquista conhecido apenas por V (de Vingança) sabe disso: “O povo não deveria temer seu governo. O governo é que deve temer o povo”. O mascarado V é um terrorista, fruto de experiências biológicas em campos de concentração do regime totalitário.

No entanto, V não quer apenas sua vingança pessoal pelo o que fizeram com ele. Ele pretende a vingança de uma nação inteira, que quer de volta sua liberdade, pois ele representa uma ideia e “ideias não sangram”, ideais nunca morrem. Por isso, além de um homem ele é um símbolo. Quando V é baleado diversas vezes lhe perguntam: “Por que você não morre?”. Ao que V responde: “Não há carne e sangue dentro deste manto, há apenas uma ideia. Ideias são à prova de balas”.

V personifica a anarquia contra a Ditadura de Sutler. Ele é um terrorista que usa bombas para explodir prédios que são símbolos do poder do Estado. Assim, V mostra que às vezes para lutar pela liberdade utilizar alguns recursos drásticos é um mal necessário. Para falar à Inglaterra, ele invade a TV estatal e utiliza o mesmo recurso de Sutler para atingir as pessoas: a mídia. As pessoas são o público.

O público está relacionado com os fenômenos midiáticos, desde a invenção da imprensa até a Internet nos dias de hoje, o público sofre influência do que ler e do que assiste. No filme “V de Vingança” vemos isso claramente, na maior parte do tempo as pessoas se comportam como expectadores da TV estatal e dividem o mesmo vínculo com as notícias que lhes passadas e que absorvem, o que os caracterizam como público.

Um dos primeiros passos de V é destruir a BTN, para que as pessoas deixem de serem expectadores que absorvem notícias inventadas por alguém. V deseja que elas voltem a ser multidão, convida a todos estarem presentes no dia cinco de novembro em frente o parlamento inglês para exigirem o que é seu por direito. Para deixarem de ser passivos e alienados. V explode o último símbolo: o parlamento.

O regime opressor cria sua própria destruição a partir do momento que priva as pessoas de seus direitos. Nesse sentido, o Estado “cava sua própria cova”. Surge a revolução popular, o povo une-se em uma massa que deseja derrubar seu opressor. V apela para a força dos ideais para chamar as pessoas a agirem e a “sair de suas casas” e exigir a liberdade. Como diz o lema de V, “liberdade sempre”.

Bem sei que esta informação já vem tarde, mas consegui lá dar um salto e foi uma experiência interessante. Para o ano estejam atentos e passem por lá...



A Feira do Livro anarquista, na sua 4ª edição de 20 a 22 de Maio, cria uma vez mais espaço para a divulgação das ideias anarquistas a partir dos livros e das publicações, levando a debate as ideias e análises sobre questões que nos assaltam a vida em tempos de guerra social.

Dedicamos um dos dias à crítica do desenvolvimento que o capitalismo e o Estado tentam impor. Partindo dos seus projectos e das suas investidas contra a Natureza e os locais onde vivemos, queremos discutir formas de travar esse desenvolvimento e passarmos nós ao ataque.

Noutro dia questionamos as recentes manifestações de descontentamento nas ruas reflectindo sobre os caminhos que nos poderão levar a uma ruptura com o Estado e com a economia. Duas questões que, embora separadas, se cruzam inevitavelmente.

Procuramos estimular a luta, a solidariedade e a reflexão como formas de combate às várias faces da autoridade

A crise tem destas coisas...


Agradeço desde já a quem me enviou esta foto esclarecedora.
Imaginem alguém que vai a um serviço de urgência e durante a triagem o profissional de saúde pergunta-lhe, porquê é que veio à urgência, do que é que se queixa?
E a resposta é "vim à urgência porque procuro um emprego neste hospital".
Com a crise ai, irão aparecer cada vez mais formas criativas de se fazer ouvir para arranjar um emprego...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

PÓSTROIKA...

Dominique, acho que a frase "anda cá ao pai, que o pai unta-te" está demodê (do francês "démodé") fora de moda, antiquado...

SMS entre amigos...


A 6ª feira passada estava na feira do livro e resolvi enviar um sms a um amigo , perguntando-lhe se estava por lá.
Resposta: o teu "amigo" Sócrates anda a limitar-me a leitura. Agora vou a feiras com livros em segunda mão. Forte abraço camarada...

domingo, 15 de maio de 2011

"Socas, tou cheio de toubir..."

Ps: desculpem não ter postado nos últimos dias, mas não tenho tido muito tempo disponível...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Estou farto de filmes, de séries, de governos, de politicos, de Troikas de vampiros. Tudo a chupar o Zé Povinho. Por isso só parece existir uma solução. Blade o caçador de vampiros...

O olhar diz-nos muito sobre uma pessoa...

Olhar do Socas a pensar...

Olhar do Socas na retrete...


PS: será por isso que só tem ideias Merdosas...?

O Já Mandas Não, sempre atento, partilha contigo o documento original "o memorando"...


Clique em baixo para ler o memorando de "entendimento" FMI/BCE/EU e Portugal

Tenho-me esquecido de vos dizer, mas o 5 Para a Meia-Noite convidou os 5 líderes dos principais partidos para irem ao programa e eles aceitaram. Hoje é o dia de Passos Coelho "líder" do PSD...


Nilton terá hoje no seu programa aquele que pode vir a ser o primeiro-ministro de Portugal. O líder dos social-democratas Pedro Passos Coelho aceitou o convite que o apresentador lhe fez e, desta forma, teremos a oportunidade de ver pela primeira vez, num programa de televisão, este dirigente com uma postura mais descontraída. Nascido em Coimbra e quase a completar 47 anos, Passos Coelho viveu os primeiros anos na cidade de Luanda, Angola, tendo regressado a Portugal em 1974. Depois de ter aderido à Juventude Social Democrata, em 1978, não mais se afastou da luta política, tendo sido eleito, em Março de 2010, presidente do PSD, sucedendo no cargo a Manuela Ferreira Leite. O "5 Para a Meia-Noite" tem assim a honra de dar a conhecer melhor o homem que poderá ter em mãos a tarefa de governar o nosso país num período que se afigura particularmente critico. E, claro, Nilton não irá deixar de lhe perguntar: "Olha, o que é tu vais fazer?"

Rascunho do programa para governar Portugal por Passos Coelho...

Dia 10 de Março as 365 medidas que constam de Voltar a Crescer, livro encomendado por Passos Coelho ao gestor e conselheiro económico do líder do PSD, Pedro Reis e que reúne contributos de 55 influentes gestores e empresários nacionais com vista a um guião de governação laranja, foram apresentadas. Porquê é que estão a demorar tanto tempo para apresentar o seu programa...?


E eu a pensar que só tinha o empréstimo da casa para pagar...

Palhaço: formalmente, é o sujeito que pinta a cara e faz piruetas por uns trocados no circo. Informalmente, é alguém otário, ou alguém sacana..


 Como é que um primeiro-ministro que faz hoje um mês jurava aos portugueses que não governaria com o FMI por isso ser contrário aos interesses nacionais se congratula agora, em comunicação ao País, por ter celebrado um "bom acordo" com o FMI?

PS: NENHUM jornal foi autorizado ontem a fazer fotografias da importante comunicação ao país do primeiro-ministro José Sócrates. A decisão foi, mais uma vez, só haver fotografias feitas pelo fotógrafo oficial do gabinete do primeiro-ministro, Ricardo Oliveira. Decisão inaceitável a todos os títulos, apesar de nenhum jornal se atrever hoje a referi-la. Alguns jornais escondem mesmo tratar-se de fotos oficiais – o Público assina a foto como sendo da AFP, o Correio da Manhã como sendo da Lusa. Uma “conferência de imprensa” (como lhe chamou o primeiro-ministro) sem fotógrafos (e já agora sem perguntas) é uma conferência de imprensa? Ou apenas a confirmação de que o jornalismo português está de joelhos?


Obama Way! O Mundo ficou mais seguro...!?

terça-feira, 3 de maio de 2011

O Quarteto, agora o Saldanha Residence. F***-**, granda M****. Um gajo qualquer dia já não conseguer ver cinema de qualidade. Fiquei mesmo chateado...




As quatro salas de cinema Medeia no Saldanha Residence serão encerradas.

A decisão foi divulgada num comunicado publicado na página oficial do Facebook da Medeia Filmes, onde se refere que “face ao actual panorama da distribuição e exibição, marcado pelas inegáveis desigualdades estimuladas pelos grandes grupos, a Medeia Filmes tomou a decisão difícil de encerrar as quatro salas de cinema”. O mesmo comunicado adianta ainda que esta decisão se deveu à”obrigatoriedade de investimento na digitalização, somada aos contratempos inerentes à concorrência dos grandes grupos de exibição”.

Apesar desta decisão a Medeia realça que se irá manter a “aposta de qualidade no cinema independente e nas cinematografias menos divulgadas no nosso país”. Continuará também a exibição de obras em exclusivo (como foi o caso de Lola, de Brillante Mendoza). Apesar do encerramento das quatro salas de cinema, os assinantes do Medeia Card continuaram a ter garantida uma “programação atenta e cuidada”.

A Medeia adiantou também que manterá a aposta no Espaço Nimas, o qual integrou recentemente a Festa do Cinema Italiano e que em Julho receberá uma retrospectiva da obra de Ingmar Bergman. Sob a alçada da Medeia mantém-se ainda, em Lisboa, os cinemas Monumental, Fonte Nova e King.

Amanhã ficaremos a saber o que a Troika decidiu, mas o Já Mandas Não diz-vos hoje em primeira mão...


"Anda cá ao pai que o pai unta-te. Prometo que não vai doer, muito..."

É impossível ficar indeferente a este Homem (Non Abbiate Paura!)...