Estive a pensar e é curioso que neste ano de 2012, o ano de "todas as crises", em que mais e mais sacrifícios injustos são pedidos àqueles que menos podem e menos têm, Guimarães seja a capital europeia da cultura. Foi em Guimarães que nasceu Portugal. Foi neste pequeno local que alguém decidiu desafiar o poder instituído, desafiar o status quo. Um grande português de nome D. Afonso Henriques, lutou pela criação e independência deste país a que chamamos hoje de Portugal. Nestes tempos difíceis e exigentes, o actual governo continua a perpetuar o sacrifício de muitos em prol de poucos. Decidiu, unilateralmente, usar a crise não como forma de reformar e dinamizar o nosso país, mas como forma de beneficiar os mesmos, aumentar a impunidade daqueles que usurpam a riqueza de todos e que esbanjam alegre e imoralmente o que levou anos a conquistar há custa de enumeras privações e de vidas baseadas não em viver, mas em sobreviver. A todos devo lembrar, principalmente, àqueles que se acham acima da lei e das responsabilidades para com os seus cidadãos, e também àqueles cuja esperança e o alento se encontra no limite, que quem criou Portugal contínua de espada armada. D. Afonso Henriques pode ter morrido há vários séculos, mas deixou uma mensagem que está imortalizada. Mesmo quando a luta parece perdida à partida, é sempre possível vencer. E a nossa história dá-lhe razão...
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