"Afastar muitos para longe do rebanho, foi para isso que eu vim!" Nietzsche

terça-feira, 26 de abril de 2011

Camarada Catarina esta é para ti, espero conhecer-te brevemente...



"Como chamá-los"


Os olhos incrédulos fixados no ecrã… os ouvidos sujados pelas palavras de um qualquer pequeno ditador a falar no superior interesse da Nação… dizia ele “hoje decidi pedir ajuda externa”.

Os que esperaram quarenta minutos com a garganta seca e com as peles da testa a retraírem-se, murmuravam “como foi isto possível…”.

Uma Nação de joelhos e de cabeça curvada como o condenado à guilhotina, destituído de qualquer direito ou vontade. É assim que ficamos perante os abutres de cabeça vermelha empolada a ruborizarem-se ainda mais com as notícias e cujos bicos disformes soltam o hálito quente e podrido da ganância. A Troika, expressão russa que designa três cavalos em linha puxando um trenó ou carroça, foi como os abutres se baptizaram. Afinal agora sabemos que os cavaleiros do apocalipse não são quatro…

Mentiras, falsidades, falácias, chamem-lhe o que quiserem… mas foi o que escutámos durante mais de vinte e cinco anos.

Todos são culpados, todos são responsáveis, todos durante anos agiram por superior interesse da Nação. Nação? Saberão eles o que significa Nação?!

Parolos, criaturas repugnantes que deviam ter sido atiradas a um qualquer balde de latrina conspurcada, juntamente com os seus semelhantes; os dejectos decompostos, aquecidos e desfeitos pelos primeiros raios de calor da primavera.

Perdoem-lhes as mães que elas não têm culpa. Infelizmente o aborto devia ser permitido não até às 10 semanas, mas em alguns casos, devia ser prolongado até aos cinquenta e três, ou mesmo até aos setenta e um anos…

Diz-se que se deve chamar os bois pelo nome. Mas como posso chamá-los?

Chamar-lhes de vermes é ofensivo para os próprios vermes, pois eles merecem mais do que rastejar na lama e chafurdar nas águas estagnadas na qual a Nação está atulhada.

Talvez lixo? Lixo também não me parece correcto, pois até o lixo pode ser reciclado para se criar algo puro, belo e útil a todos.

Então o que lhes chamar, como os classificar? De pessoas? De compatriotas? Não me parece justo, nem apropriado, pois não se comportam como tal.

Não é fácil classificá-los. Até o imundo mundo das fezes está claramente classificado, mas eles não. Penso que Asco é mais exacto e preciso. O Asco está associado a coisas que são percebidas como sujas, incomestíveis e infecciosas. Eles são os únicos que se enquadram na perfeição nesta definição. Serão chamados de Asco!

Coisas que são percebidas como sujas… Por mais assessores de imagem, maquilhagem, fatos feitos por medida e branqueamentos dentários, sente-se, vê-se e cheira-se a sujidade. Sujidade moral, ética, política, mas principalmente tresanda-se a sujidade social. Durante anos e décadas, enlodaram-nos com os seus interesses pessoais medíocres, pacóvios e mesquinhos. Alguns sofreram mais do que os outros. Basta ver o resto da Nação que vive/sobrevive no dito interior. Um fratricídio que contínua a fazer vítimas. Nesse dito interior da Nação, os velhos morrem, os jovens partem e às poucas crianças que vão nascendo é-lhes dada duas opções. Partir ou morrer! Fratricídio digo eu. Progresso e desenvolvimento dirão eles, o Asco.

Para eles, o Asco, não existe passado, nem presente, apenas futuro e fuga para a frente. A memória é coisa de fracos e que não serve o superior interesse da Nação.

Coisas que são percebidas como incomestíveis… Se depois do aborto o Asco fosse lançado para um balde de latrina, ninguém os comeria. Nem mesmo os necrófagos pois também estes não comem qualquer coisa.

Coisas que são percebidas como infecciosas… Qual penicilina! Durante décadas escaparam à depura e à expurga. Durante décadas o Asco disseminou-se e contaminou outros com as mesmas ideias de interesses pessoais medíocres, pacóvios e mesquinhos. Apeçonhentaram outros a mentir, a enganar e penhoraram a vida, as expectativas e as esperanças de terceiros. Ai de quem negar que eles, o Asco, são infecciosos. A infecção é tão grande e tão profunda que tem pus quente de cor esverdeada e de cheiro fétido que gangrenou uma Nação inteira. Infecciosos são eles e uma Nação de joelhos ficou. Até os olhos estão a ficar opacos e a perder a vontade de lutar… e a esperança foi-lhes reduzida a um quase nada, tão frágil como o último suspiro.

Eles, o Asco, agiram sempre com o superior interesse da Nação. Devemos-lhes estar gratos? Mas se assim é porque é que não sinto gratidão? Porque é que não me rejubilo? Porque é que sinto asco pelo Asco? Porque é que quando eles enchem a boca corrompida pelo engano para dizer “o superior interesse da Nação”, isso me provoca náusea? Porque a náusea é uma defesa do organismo. É a preparação para o vómito e a expulsão de substâncias que podem estar a causar problemas ao organismo. Afinal está explicado, estou a combater a infecção.

Desprezíveis sejam as fezes húmidas dos cães que repousam nos passeios e se colam com resiliência às solas dos sapatos, pois também eles, o Asco, são desprezíveis. Animai-vos, aquecei os fornos e aguentai o espasmo violento desse último vómito que expele a infecção maligna provocada por eles, o Asco. Pegai numas pás bem grandes e atirai-os para os fornos das incineradoras. Já o velho Ancião lá para os lados do Marão dizia, “se o Asco queres vencer, fritai-os em óleo bem quente e derramai-o num solo ermo e desprovido de vida, para o fazeres desaparecer...”


































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