No jornal da tarde foi mostrado a revolta de imensas pessoas por não existirem bilhetes suficientes e por existirem apenas duas bilheteiras para venderem os ingressos para o jogo amigável entre Portugal vs Luxemburgo. Pessoas indignadas, revoltadas e palavras como “é uma vergonha” foram várias vezes prenunciadas. Gostava tanto que os Portugueses se manifestassem, se indignassem e se revoltassem não apenas com o futebol, mas principalmente pelo que este governo está a fazer neste período de férias. Não admira que este período seja apelidado de silly season.
Aumentos nos transportes de 15 e em alguns casos de 25 por cento. Possível aumento do IVA, imposto que categoricamente este governo disse várias vezes que não ia aumentar. Redução dos apoios sociais, redução do subsidio de desemprego, alterações dos escalões do IRS que prejudicam claramente a classe média e quem trabalha por contra de outrem, medidas que promovem visivelmente o desemprego, alterações na política do medicamento em particular e na saúde em geral que prejudicam a população doente, privatizações de sectores importantíssimos como por exemplo a água, que serão vendidas a preço de saldo. Nomeações incompreensíveis, sendo que em muitas existem descaradamente conflito de interesses que prejudicam o Estado…
Mas e as verdadeiras, as necessárias, as irremediáveis medidas que têm que ser tomadas como o corte inequívoco na despesa. Essa é para quando? Para quando a alteração da lei fiscal e contributiva, para quando um combate honesto, empenhado e categórico aos crimes de colarinho branco, ao enriquecimento ilícito e à fuga de impostos? Para quando uma verdadeira moralização das ditas “elites” deste país que nos levaram a este fim anunciado durante tantos anos e que as ditas “elites” fizeram ouvidos de mercador?
Sinceramente gostava que os Portugueses se manifestassem porque os bilhetes são poucos para um jogo da selecção, mas gostava ainda mais que esses mesmos Portugueses reflectissem e se empenhassem com o objectivo de mostrar a este governo e às ditas “elites” do nosso país que assim não vamos lá.
Se o futebol tem um papel tão motivador e mobilizador dos Portugueses, se calhar está na hora dos super atletas da selecção de futebol também eles reflectirem e tornarem-se mais interventivos, mais pro activos e mais dinamizadores para a criação de sinergias como forma de pressão para mostrar ao governo e às ditas “elites” do nosso pais que o caminho não é este e para lhes exigir uma verdadeira e genuína mudança, para que o esforço seja partilhado por todos, para que todos possamos recuperar deste marasmo. Só todos juntos conseguiremos vencer…
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