Não sou grande apologista de relógios, ainda menos relógios certinhos ao milissegundo, até porque uma coisa é certa, certo ele nunca está... Regemo-nos por uma divisão temporal trôpega. De vez em quando, alguém descobre que a Terra está a andar muito devagar para a contagem e como (ainda) não se consegue aumentar a rotação terrestre, somam-se mais uns segundinhos quando não está ninguém a olhar. Faz-se batota e com um bocadinho de sorte ainda se faz disto um acontecimento. Género derrapagem económica, mas em versão temporal.
Em 1972 foram acrescentados 10 segundos intercalares ao longo do ano e mais 23 segundos foram introduzidos subrepticiamente até 2005. E agora a notícia que arruina a publicidade da Nespresso de Natal deste ano. Estes senhores andaram a espalhar relógios pela cidade de Lisboa com uma mensagem que dizia algo como: "Doze badaladas, doze variedades de café, doze meses por ano. What else?" Respondo-lhes eu: mais uma badalada. Este ano são treze.
"A técnica visa manter alinhado o Tempo Universal Coordenado (UTC) com as escalares astronómicas variáveis GMT e Hora Universal (UCI)." dizia hoje na Visão.
Mas estas discrepâncias podem acabar brevemente. A União Internacional de Telecomunicações, propôs acrescentar uma hora extra a cada 600 anos. Se isto acontecer, a hora deixa de estar ligada à rotação astronómica da Terra, passa-se a batata quente e daqui a seis séculos, eles que se amanhem. (Só para esclarecer: não, o nosso Ministro das Finanças não está por detrás desta proposta).
1 comentário:
Sempre muito atenta!
O Ministro das Finanças não sei se está metido nisso, mas o P.M deve estar quase de certeza. Porque por ele, daqui a 6 séculos ele ainda estava a mandar no rectângulo à beira mar plantado... clemência meu Deus, clemência!
Enviar um comentário