"Afastar muitos para longe do rebanho, foi para isso que eu vim!" Nietzsche

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Digam lá se não é uma ideia brilhante e espectacular do governo do Pedro Passos Coelho. Mas a malta é serena e gosta de pagar para que meia dúzia ande bem na vida…



Hoje na AR estão a discutir o orçamento de estado para 2012 na especialidade. E ficamos a saber que 12 mil milhões de euros que o FMI emprestou a Portugal são só e exclusivamente para a BANCA. Confuso? Eu passo a explicar…

Por um lado o governo de Pedro Passos Coelho diz-nos que o Estado é muito grande e que temos que privatizar empresas (para entrar mais dinheiro nos cofres) como a EDP, Galp, Águas de Portugal, Telecom… todas estas estrategicamente importantes para que Portugal mantenha o controlo sobre por exemplo, a energia e a água consumida pelos portugueses. Outras como por exemplo a TAP, CP também elas importantes mas que infelizmente dão prejuízo. Mas o que se pretende é privatiza-las.

Em relação aos 12 mil milhões de euros exclusivos para que a BANCA não se descapitalize é outra história. Primeiro o governo de Pedro Passos Coelho (PPC) vende ao desbarato os poucos anéis que o nosso país ainda tem. Mas a BANCA que é PRIVADA o governo do PPC dá-lhes 12 mil milhões de euros do FMI, mas quem paga somos todos nós. Ou seja, o dinheiro vai para a BANCA e nós pagamos. No fundo é uma” NACIONALIZAÇÃO” (pegar em dinheiro público e injectá-lo numa empresa privada). Os poucos trunfos que temos vendemos, PRIVATIZAMOS. A BANCA está aflita e o governo do PPC ” NACIONALIZA” algo que não vai trazer benefícios, lucros para os contribuintes portugueses/Estado Português. A BANCA que paga menos impostos que qualquer contribuinte vai receber 12 mil milhões de euros e nós que descontamos cada vez mais, para termos cada vez menos é que lhes pagamos os 12 mil milhões de euros. O funcionário público que trabalha 40 horas semanais e recebe 600 euros por mês sacam-lhe metade do 13º mês e metade do 14º mês, mas a estes senhores nada lhes é pedido. Mas isto ainda se torna mais caricato.

Imaginemos que eu tenho um negócio de alheiras ou de robalos e que infelizmente o negócio está mal e estou sujeito a falir. O que é que eu faço? Para manter o negócio vendo algum património que tenha, passo andar de transportes públicos em vez de andar de carro, deixo de comer nos restaurantes, se fumo deixo de fumar, etc. Mas a BANCA não! Recebe 12 mil milhões de euros, que nós temos que pagar, mas mantém o mesmo "estilo de vida" (carros, telemóveis, viagens, jantaradas, cartão de crédito, ordenados principescos, ajudas de custo, patrocina jogos de golfe…) e ainda pagam dividendos aos accionistas. Se pagam dividendos é porque têm lucro! Se calhar se o negócio vai mal em vez de se pagar os dividendos aos accionistas, têm que se lhes explicar que o dinheiro em vez de ir para os bolsos, deve ficar no banco para que ele possa fazer frente ao problema. Ou seja, não cortam nas suas despesas, nem vendem o seu património pessoal para manter o seu negócio, porque vão receber 12 mil milhões de euros que nós é que vamos pagar. Mas o exemplo mais ridículo é alguém ter um empréstimo num desses bancos, que todos os meses tem que pagar a mensalidade e ainda lhes vai pagar uma parte dos 12 mil milhões de euros. Ou seja paga duas vezes. Eu com o meu negócio de alheiras ou de robalos tenho que vender o meu espólio e mudar de estilo de vida para manter o meu negócio. A BANCA mantém tudo na mesma e recebe 12 mil milhões de euros que nós pagamos.

Resumindo:

PRIVATIZAR: EDP, GALP, TAP, ÁGUAS DE PORTUGAL, TELECOM (importantes para a soberania de Portugal)

“NACIONALIZAR”: BANCA (coitadinhos estão aflitos)

CUSTO DESSA “NACIONALIZAÇÃO”: 12 MIL MILHÕES DE EUROS.

QUEM PAGA O CUSTO DESSA “NACIONALIZAÇÃO”: OS MESMOS DE SEMPRE, NÓS

VANTAGENS PARA OS CONTRIBUINTES PORTUGUESES/ESTADO PORTUGUÊS: NENHUMA

CONCLUSÃO: a BANCA recebe os 12 mil milhões de euros e nós pagamos. Perdemos pontos estratégicos da nossa soberania, cortam na saúde, educação, apoios sociais, temos que mudar de estilo de vida, empobrecer e abandonar o conforto das nossas fronteiras (emigrar). E a BANCA mantém-se à grande e à portuguesa.

Digam lá se não é uma ideia brilhante e espectacular do governo do Pedro Passos Coelho. Mas a malta é serena e gosta de pagar para que meia dúzia ande bem na vida

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