"Os representantes das autoridades, quando em funções, são meros cumpridores de ordens. Não existem como pessoas livres e responsáveis. São apenas o braço que age. A responsabilidade da acção é de outros, daqueles que lhes ditam. Homenageá-los, na circunstância, seria homenagear, não a eles, mas a autoridade"
"Pobre gente, os ricos, sempre inseguros do dia da amanhã! Torna-se urgente modificar este abominável estado de coisas. Assegurar-lhes uma tranquilidade perene e farta. Esposas amantíssimas, prole de primeira e nédia, boas casas, na cidade, campo, praia, iates de convés bem provido de menininhas de corpo ao sol, criadagem reverente, parque automóvel, contas na Suiça, de modo a que de pais para filhos, netos, bisnetos e assim por diante possam, para todo o sempre e sempre contentinhos, refastelar-se no ter".
"Acabar com a assustadora insegurança das fortunas e pôr ponto final às pretensões desses malandros dos trabalhadores a quem nunca satisfaz o que lhes damos de tão boa mente".
Excertos retirados do prefácio escrito em 1984 pelo escritor Manuel da Fonseca "Seara de Vento" (livro publicado em 1958).
Ps: obrigado P. pela oferta deste livro...
Sem comentários:
Enviar um comentário